Figuras Históricas
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D. Frei Caetano Brandão

Decorreram de 10 a 15 de Dezembro as comemorações do bicentenário da morte deste ilustre Loureirense. Nem todas as terras se podem orgulhar de ter visto nascer um filho tão ilustre como D. Frei Caetano Brandão. A Loureiro foi dado este privilégio no dia 11 de Setembro de 1740. Frei Caetano nasce no seio de uma família abastada, filho de Tomé Pacheco da Cunha e de Josefa Maria Pereira da Cruz. Quando tinha sete meses morre-lhe o pai, tendo a sua mãe casado novamente com João Brandão Godinho. O seu nome de baptismo, Caetano António, é abandonado depois do segundo casamento da mãe e, tal como os seus nove irmãos, adopta o nome do padrasto.

Cedo se interessa pela vida religiosa conforme escreveria mais tarde ao afirmar que “sempre tivera vocação para ser religioso e que assim o dezia a sua may”. Por isso, ingressa na Ordem Terceira da penitência em Coimbra no ano de 1758, onde estuda e, mais tarde, professa (a 28 de Novembro de 1759), tomando o nome de Frei Caetano da Anunciação. Entretanto, devido à sua inteligência, é nomeado Lente de Artes (Filosofia) e Teologia, primeiro em Lisboa (1774) e mais tarde em Évora (1777).

Pela sua formação e pelos escritos que ia publicando, cedo se evidencia na elite cultural e religiosa da época tendo sido nomeado, em 1782 por D. Maria I, Bispo do Pará (Brasil). A sua acção foi extraordinária, tendo sido criado o primeiro hospital da região do Amazonas, a Santa Casa da Misericórdia e uma instituição para a educação de meninos pobres. Ficaram célebres as suas grandes visitas pastorais pelo Amazonas onde contactou com as populações indígenas. A partir dessa experiência escreve um diário que nos dá a conhecer o modo de vida dessas populações, e a diversidade da natureza selvagem aí existente.

Como a sua acção de grande missionário não passou despercebida em Lisboa, D. Maria I nomeia-o, em 1789, arcebispo da arquidiocese mais importante do Reino: Braga. Aí desenvolve uma actividade notável que iria transformar para sempre o modo de vida dos Bracarenses. Adoptando um modo de vida modesto (ao contrário do seu antecessor que vivia faustosamente), D. Frei Caetano Brandão esteve sempre junto do povo visitando-o, zelando pelo seu clero e pelos seminaristas. Paralelamente, incentiva as aulas de cirurgia no hospital local, cria lares de idosos, escolas para meninos e meninas, a feira agrícola (que ainda hoje se realiza), dá um impulso ao ensino profissional, e funda o Colégio dos Órfãos de S. Caetano ainda hoje em actividade.

Morre a 15 de Dezembro de 1805, tendo deixado uma grande obra, imortalizada e enaltecida por muitas figuras ao longo destes dois séculos. Ramalho Ortigão referiu-se a D. Frei Caetano Brandão nos seguintes termos: “seguramente o mais elevado espírito e a mais formosa alma que ditou o século XVIII em Portugal” e Camilo Castelo Branco não se coibiu de dizer que foi “o mais glorioso vulto das cristandades lusitanas”.

A freguesia homenageou este insigne loureirense ao erigir um busto no adro da Igreja Matriz.

 

Cónego António Ângelo Leite Rainho

Nasceu em Loureiro (20/11/1921), estudou nos seminários de Serpa, Évora, Leiria e Olivais (Lisboa), ordenando-se sacerdote em 29/6/1944.

Estudou Filosofia em Roma e Toulouse, doutorando-se com uma tese (parte da qual publicada) sobre o Existencialismo de Gabriel Marcel. “Filosofia do Concreto” é o título de outra obra editada em 1957, onde anunciava dois novos livros, que ficaram inéditos. A sua morte trágica, aos 39 anos( 2/12/1961), na recta do Cabo, cerceou uma carreira que se ia manifestando fulgurante na Diocese de Beja.

 

Conselheiro Dr. Albino dos Reis

Nasceu em 30/9/1888, filho de Albino Soares Pinto dos Reis e de Maria da Silva Pereira Marques.
Concluiu o Curso Teológico no Porto em 1908 e formou-se em Direito, exercendo advocacia em Oliveira de Azeméis. Entre muitos lugares de responsabilidade política e social que ocupou, constam-se os de Governador Civil de Coimbra, Ministro do Interior, Juiz do Supremo Tribunal Administrativo, Conselheiro de Estado e Presidente da Assembleia Nacional.