LOUREIRO, TERRA DE AGRICULTORES

Loureiro é uma terra milenar, encontrada no meio deste mundo sempre em movimento. Desde tempos imemoriais que o cultivo da terra marcou as nossas gentes, o nosso modo de vida…

Sabemos que a distância faz-nos esquecer outros loureirenses, outras ruas e caminhos. Quantas casas já aqui foram construídas e demolidas, quantas vidas vividas, tantas ilusões e concretizações…

Loureiro percorreu os séculos entre rios, árvores e campos, sempre com gente a viver, em cada tempo, um tempo de alegria e preocupações, um tempo de dádiva e de esperança, um tempo de sonhos e realizações...

Loureiro foi e será sempre uma terra de agricultores. Quantos animais por aqui pastaram, quantos campos foram revolvidos, lavrados e cultivados, desde a enxada aos animais e, mais recentemente aos tratores…

Os mais novos recordam as vacas leiteiras, um modo de vida dos tempos mais modernos que a cada dia se torna mais passado. O amanho da terra, o corte do mato nos pinhais, os campos de erva e milho…

Aqui estamos, aqui estamos em Loureiro…

Recordar, compreender, enaltecer e festejar as nossas tradições, a nossa cultura é algo de que nos devemos orgulhar…

A junta de freguesia de loureiro, sabendo de onde vimos e o que somos, quis lembrar aos loureirenses onde assentam as nossas raízes e como aqui chegamos. Assim preparamos mais dignamente o futuro que aqui está a chegar, velozmente…

Com a colocação em espaços públicos de alfaias agrícolas utilizadas num passado recente aqui por terras de Godesteu e de D. Frei Caetano Brandão, avivamos a nossa memória e celebramos coletivamente a nossa freguesia de loureiro.

Loureiro, terra milenar, de agricultores e de paz entre as gentes…

CARAS E CAROS LOUREIRENSES

As frases acabadas de ler fazem parte do texto que está junto às alfaias agrícolas e que vão estar em espaços públicos até ao dia 21 de Junho. Além da Junta de Freguesia, podemos encontrar a simbologia de loureiro através da presença destas alfaias no balcão do crédito agrícola, na unidade de saúde, no posto de correios, na EB 2, 3 D. Frei Caetano Brandão e lançamos também o desafio às associações loureirenses para fazerem o mesmo nos seus espaços, nas suas sedes.

No ano passado as festas de loureiro centraram-se na questão social com a exposição das fotografias de loureiro dos dias de hoje. Este ano voltamos a lembrar as raízes históricas da nossa terra. E em vez da exposição tradicional aqui neste espaço, a opção foi alargá-la, descentralizando pelos espaços públicos já enumerados.

Desta forma tentamos lembrar o que foi a vida nesta vila durante grande parte do século XX, onde a agricultura marcou decididamente a nossa gente.

Daqui a pouco o Padre Bastos vai tentar falar um pouco dessa nossa história, partilhar connosco para que nos seja mais fácil compreender quem somos hoje.

E hoje continuamos a ser uma freguesia agrícola. No entanto estamos a diversificar as nossas áreas, assentes cada vez mais no comércio e na indústria que começam a implantar-se de tal forma que se pode dizer que estamos a preparar bem o futuro. A Área de Acolhimento Empresarial é bem o exemplo disso.

Preparar bem o futuro é termos mais competências. Todos sabem que mesmo com a passagem de mais competências para as Juntas de Freguesia, plasmadas nos acordos de execução recentemente em vigor, fazemos muito mais para o que estamos mandatados. E fazemos porque se não o fizéssemos não justificaríamos a nossa existência. A Assembleia da República tem dificuldade em perceber o trabalho de proximidade das juntas de freguesias. E algumas Câmaras municipais também têm dificuldade em efetivar de forma rápida e objetiva essa passagem de competências. Aliás, a Lei 75/2013 ao permitir que esta passagem de competências fosse feita por diálogo entre Juntas e Câmaras não colocou no mesmo patamar de igualdade a negociação. E por isso, temos o país retalhado de Norte a Sul, em que uma freguesia do Algarve pode ter para um conjunto de competências iguais mas meios financeiros e logísticos muito diferentes de uma freguesia de Trás-os-Montes. Esperemos que o futuro traga uma clarificação mais objetiva desta legislação.

Conforme referi na Assembleia Municipal de 28 de Novembro último, acerca deste assunto “pode-se dizer que estes acordos de execução são a possibilidade que nos foi apresentada para ficarmos melhor que em anos anteriores e que as competências impostas por via da Lei 75/2013, com os Recursos Humanos emanados de uma indicação da CMOAZ e com os Meios Financeiros possíveis pela contingência orçamental do nosso município são a realidade permissível.”

Uma coisa sabemos, é que este caminho deverá ser trilhado com persistência para que o poder local seja cada vez mais o amparo dos cidadãos.

CARAS E CAROS LOUREIRENSES

Recentemente, numa entrevista ao Jornal Único referi que a uma das carências que preocupa muito a Junta de Freguesia de Loureiro e a população é a degradação da rede viária. Disse que “é uma chaga concelhia. Loureiro é uma das freguesias que têm um problema grande com a degradação da rede viária. É uma questão que é da competência da Câmara Municipal, mas que para a população não o é. Se as pessoas encontram muitos buracos na estrada é porque o presidente da Junta de Freguesia está um pouco adormecido e não dá o apoio necessário, mas essa é uma competência da Câmara. No ano passado, só em alcatrão para tapar buracos, gastamos cerca de 10 a 12 mil euros, mas há freguesias que não pagaram nada, porque não consideram que têm que o fazer.”

Este é um problema para o qual deverá existir uma atenção muito especial por parte da Câmara, diríamos um programa no tempo de investimentos precisos, freguesia a freguesia, não respondendo às necessidades urgentes que vão aparecendo ou para responder a pedidos de abaixo-assinados, antes baseado num plano de investimentos concretos e devidamente priorizados. A Junta de Freguesia sempre esteve ao lado do executivo municipal para encontrar as melhores políticas, no sentido de minimizar os problemas que são de ambas as autarquias.

E por falar em necessidades, também referi nessa entrevista que o nosso mercado “é o único mercado semanal, em termos de freguesias, no concelho. É uma aspiração antiga que temos. Há muitos anos que os sucessivos autarcas dizem à Câmara Municipal que é necessário criar-se condições de venda ao público, nomeadamente para as zonas de peixe e de carne, mas esses apelos não têm resultado. É um investimento que a Junta de Freguesia não pode fazer.”

Este é mais uma daquelas obras que já esteve diversas vezes em PPI municipal mas não tem sido possível concretizar.

E a revitalização do largo de Alumieira, e a casa D. Frei Caetano Brandão, o que fazer com estes sonhos e velhas aspirações dos loureirenses. No Caso da Casa que foi de D. Frei Caetano Brandão, já o Padre Bastos alerta há cerca de 60 anos para a urgência da sua valorização e transformação em espaço cultural e museológico. Neste momento, dois dos vereadores do executivo municipal são de loureiro. Daqui lhes é pedido que intercedam para que todos juntos se encontrem soluções para que não se adiem a resolução destes problemas por mais 60 anos.

Celebrar loureiro neste 18 de maio também é isto, alertar para o que nos faz falta, para o que nos preocupa. É além do próprio simbolismo da data revindicar para a nossa terra infraestruturas que nos fazem muita falta, como as que acabei de enumerar. Loureiro tem centralidade, tem associativismo, tem agricultura, tem infraestruturas industrias mas como umas coisas não tiram as outras, aqui estamos a falar no que nos parece aceitável querer concretizar.

CAROS LOUREIRENSES, MINHAS AMIGAS, MEUS AMIGOS

Além da Sessão que está a acontecer, as Festas de Loureiro são muito mais que revindicações, lamentos ou constatações de obras. Estas festas que decorrem até 21 de Junho envolvem muitas associações, muitas pessoas, para muita cultura e desporto.

21 de maio e 28 de maio –  primeiro no Largo Nossa Senhora de Alumieira, depois no Largo de Nossa senhora da Esperança terá lugar duas aulas de Zumba Solidária pelas 19:00 horas. Participem e inscrevam-se com um bem alimentar que reverterá para a Casa Social de Loureiro.

29 de maio – Junta de Freguesia de Loureiro; 19.00 horas

· Sabores Naturais – workshop de cozinha saudável

· Noite Branca (desfiles, música e dança)

30 de maio – Praça Nossa Senhora de Alumieira; 21.30 horas

· Orfeão de Loureiro - Música no Largo – anos 80

31 de maio – Largo do Faial; 9: 30 horas

· Caminhar por Azeméis

6 de junho – Junta de Freguesia de Loureiro; 09.30 horas

· FIFA Loureiro – I Campeonato de Playstation

10 de junho -  Largo Nossa Senhora de Esperança; 18.30 horas

· Sessão de ioga

13 de junho – Convívio de Petizes; 14:30 horas

· Clube Desportivo de Loureiro

• Passeio Cicloturístico: Associação de Cicloturismo do Centro

13 e 14 de de junho – Praça Nossa Senhora de Alumieira; 19.00 horas

· VI Encontro de Gastronomia de Loureiro

· Animação com música gravada

· VI Encontro 2 Rodas Antigas

· Feira de Artesanato

19 de junho – Restaurante Barão; 20.00 horas

· Jantar das letras (Comissão Social de Freguesia)

20 de junho – ACREFA; 14.30 horas

· Caminhar pela Liga Portuguesa Contra o Cancro

21 de junho – Auditório da Junta de Freguesia de Loureiro, 15:00 horas

· Sessão Solene de Encerramento das Festas de Loureiro

· Homenagem ao Loureirense mais Idoso

· Participação da Escola da Banda de Música de Loureiro

Atividade Extra

28 de junho -  Praça Nossa Senhora de Alumieira; 21:00 horas

· Desfile de Marchas Populares integradas nas Festas de S. João Baptista

Esta é a nossa freguesia a pulsar, por isso mais uma vez aqui estamos a celebrar e a preparar o futuro. A Junta de Freguesia sozinha nada ou pouco faz. Precisamos de todos vós para esta caminhada, a de governar e acarinhar Loureiro, terra milenar, de agricultores e de paz entre as gentes…

Viva Loureiro

Obrigado pela vossa atenção…

Rui Jorge da Silva Luzes Cabral
18 de Maio de 2015, 21:30 horas.
Sessão Solene de Abertura das Festas de Loureiro 2015